Instalações de novos frigoríficos impulsionam a ovinocultura no Paraná

A iniciativa privada está apostando no setor ao perceber o potencial genético do plantel de ovinos do estado, bem como a profissionalização dos criadores, que é resultado, principalmente, de uma iniciativa da Ovinopar em organizar a cadeia produtiva do estado através do apoio técnico aos novos e mais experientes criadores

Instalações de novos frigoríficos impulsionam a ovinocultura no Paraná

As instalações de novos frigoríficos especializados no abate de ovinos no Paraná têm impulsionado a atividade no estado nos últimos meses. No fim de setembro, por exemplo, inaugurou uma instalação em Reserva Paraná. Já no município de Palmeira uma nova instalação está em fase de finalização de obra. Além destas, o estado já possui frigoríficos em Guarapuava e Castro, enquanto que a Coopavel, em Cascavel, estuda passar por alterações para atender também o abate de ovinos.

“O estado do Paraná foi presenteado este ano com dois novos frigoríficos instalados com demanda de 200 animais por dia. Isso é resultado dos que acreditam na força da pecuária ovina. Além de termos, as cooperativas as quais vem trabalhando e adequando suas plantas industriais para abate de ovinos”, frisa Pedro de Abreu Rocha, presidente da Associação Paranaense de Criadores de Ovinos (Ovinopar), entidade que assumiu protagonismo ao organizar a cadeia produtiva de ovinos do estado através de apoio técnico aos novos e mais experientes criadores.

Segundo o presidente da Ovinopar, os investidores buscam fazer as instalações baseando-se em viabilidade de mercado. “Assim como temos esse crescimento da ovinocultura surge a oportunidade de instalação o qual vem de encontro de uma necessidade que tínhamos em razão de não termos onde comercializar, paulatinamente estamos nos desenvolvendo e rescendo de uma forma organizada”.

Apesar da Ovinopar estar fazendo o seu papel no auxílio ao fomentar o processo de criação de ovinos em regime de produção de corte, a entidade sabe que precisa de um olhar das entidades governamentais. “Por isso, estamos buscando parceria junto as entidades como Sebrae, Faep e IDR, as quais dentro de suas responsabilidades possam estar nos auxiliando e credenciando técnicos para nos ajudarem”, aponta Rocha.

Além de novas instalações de frigoríficos no estado, também tem crescido muito o número de municípios interessados em realizar feiras agropecuárias, inclusive, solicitando junto a Ovinopar para sediar uma Etapa do Ranking Paranaense, conforme conta o presidente da entidade. “Nosso modelo de divulgação e a busca do crescimento se passa pelo método de exposição feiras agropecuárias, onde demonstramos nossos exemplares, está despertando interesse de diversos municípios o qual juntamente com as secretarias municipais podemos dar apoio e ajudar implementar os eventos”.

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Pedro Rocha, presidente da Ovinopar

O avanço da ovinocultura paranaense

Tarcisio Nicolau Bartmeyer, coordenador de Produção da Cooperativa Castrolanda, aponta que a ovinocultura paranaense vem se profissionalizando desde 2005, com os investimentos da iniciativa privada e o apoio do Governo do Paraná (Emater/IDR). Desde então, várias regiões do Estado passaram a olhar para a ovinocultura como uma oportunidade de retorno financeiro, de maneira a agregar renda às famílias rurais, gerando emprego e permanência do homem no campo.

“Vários núcleos regionais de ovinocultores foram sendo criados e fortalecidos ao longo deste período. A Ovinopar tem buscado fortalecer estas iniciativas regionais, por meio da valorização da qualidade dos ovinos, focando principalmente em eventos (Feiras) que promovem o desenvolvimento genético de raças produtoras de carne de qualidade. Nos últimos anos, a Ovinopar também está voltando seu olhar aos produtores comerciais de carne e isto tem motivado os produtores a investir mais na ovinocultura”, explica Bartmeyer.

Além da iniciativa da Ovinopar, o coordenador de Produção da Castrolanda cita que as universidades paranaenses também estão desenvolvendo muitas pesquisas voltadas ao setor de produção e disponibilizando excelentes profissionais na área técnica de ovinocultura, contribuindo de maneira muito significativa para que os produtores adotem técnicas mais eficientes na produção e alcancem maior produtividade no rebanho.

Para Bartmeyer, esse movimento integrado – FAEP, Ovinopar, Governo do Estado, universidades e cooperativas/núcleos regionais de ovinocultores – possibilitou um aumento significativo de carne de cordeiro de qualidade. “Assim os clientes passaram a ter um produto diferenciado e com preço acessível no cardápio. Com o aumento de consumo da carne de cordeiro, houve um retorno financeiro ao produtor, que se sentiu motivado a continuar investindo na criação de ovinos, ou seja, criou um círculo virtuoso e crescente da Cadeia Produtiva de Ovinos no Paraná”.

Assim, esta base sólida da produção a campo, gerou segurança para que novas plantas frigoríficas sejam instaladas no Paraná, acredita o coordenador da Castrolanda. “Aumentando a possibilidade de crescimento do setor e gerando mais renda no campo, menos êxodo rural, mais segurança alimentar e estabilidade de oferta de produtos de qualidade na mesa do consumidor”.
Como resultado, deste aumento da disponibilidade de carne ovina de qualidade no mercado, o consumo aumentou e tem espaço para aumentar bem mais ainda. “O consumidor precisa ser informado sobre este produto paranaense, que ainda é relativamente desconhecido por muitas pessoas. Temos aí uma grande oportunidade para alavancar vendas e produção, de maneira a viabilizar os investimentos nas estruturas de abate e processamento da carne ovina”, aposta Bartmeyer.

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Tarcísio Bartmeyer, coordenador de Produção da Cooperativa Castrolanda

Plantel paranaense de ovinos

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Paraná possui 574.498 ovinos, das mais diferentes raças, estando em oitavo lugar na produção nacional. Para o coordenador da Castrolanda, o estado ainda possui muita oportunidade de crescimento.

“A alimentação de ovinos não compete com a alimentação humana e de outras espécies, como suínos e aves principalmente, pois a base é pastagem, com suplementação equilibrada de grãos em algumas fases da produção. Isso possibilita crescer com baixo custo e alto padrão de qualidade! No Paraná o Sistema de Integração Lavoura Pecuária tem sido uma excelente opção aos produtores, otimizando mão de obra, equipamentos e, principalmente, forrageiras de qualidade para os ovinos”.

A maioria do rebanho paranaense de ovinos é destinada à produção de carne, mas o Paraná também possui excelentes plantéis de genética de diferentes raças, com padrões internacionais de qualidade. “Ou seja, o Paraná é autossuficiente nos fatores de produção (conhecimento científico, tecnologia da produção a campo e genética. Um elo essencial desta cadeia que está se fortalecendo é a indústria de abate e processamento da carne, o que vai alavancar ainda mais a ovinocultura paranaense”, finaliza Bartmeyer.

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Por Natália de Oliveira/Agência Agrovenki
Crédito da foto: Divulgação

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