Proposta visa desenvolver a ovinocultura de corte no Estado do Paraná
O lançamento oficial da proposta, que pretende implantar uma Central de Produção Ovina no estado, ocorrerá na segunda-feira (07/04), durante a ExpoLondrina 2025

A Associação Paranaense de Criadores de Ovinos (Ovinopar), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná – IAPAR – EMATER) e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB-PR), lançará na segunda-feira (07/04), durante a ExpoLondrina 2025, uma ambiciosa proposta voltada para o desenvolvimento da ovinocultura de corte no estado. A proposta, que tem como marca o nome Cordeiro Paraná, busca superar o desafio dos gargalos da cadeia produtiva ovina no Paraná, bem como consolidar a ovinocultura como uma atividade economicamente viável e estratégica para o pequeno e médio produtor.
A proposta surgiu a partir de uma demanda apresentada pela Ovinopar ao IDR-Paraná em 2023. Segundo Pedro Rocha de Abreu Filho, diretor da Ovinopar, a ideia inicial era implementar um modelo de assistência técnica voltado para pequenos produtores, visando organizar as propriedades e criar um arranjo produtivo local. “Buscamos colocar em prática métodos de cruzamento, melhoramento das matrizes, sincronização, protocolo de inseminação artificial e utilização de reprodutores. Além disso, precisamos incentivar o uso de reprodutores PO [Puro de Origem], que são essenciais para o melhoramento das matrizes e para garantir a precocidade na produção dos cordeiros”, explicou Abreu Filho.
Embora a assistência técnica seja uma parte fundamental da proposta, o Cordeiro Paraná vai além, com o objetivo de fortalecer toda a cadeia produtiva da carne ovina por meio da criação de uma Central de Produção Ovina. Com um apoio pleiteado dos governos estadual e federal, a central terá a missão de agregar os produtores de ovinos, trabalhando desde a produção até o mercado, contribuindo para a melhoria da qualidade e da oferta de carne ovina no estado.
Rodrigo Rossi, Coordenador Estadual do IDR-Paraná no Programa Pecuária de Corte e SIPA pela Extensão, destacou que a estrutura fundiária e o atual perfil do rebanho ovino no Paraná, onde predominam pequenas propriedades e rebanhos, têm dificultado o atendimento às preconizações de mercado. “Os produtores precisam melhorar na profissionalização da atividade, e a produção é muito variada, com a maioria dos animais sem uma genética aprimorada. Isso resulta em baixa produtividade e num produto que não atende aos padrões exigidos pela indústria e pelos consumidores”, afirmou Rossi.
Além disso, Rossi ressaltou que a pequena escala de produção dos rebanhos dificulta a viabilidade das indústrias frigoríficas, tornando essencial o fortalecimento de uma cadeia produtiva mais robusta. Dessa forma, a Central de Produção Ovina irá resolver três questões-chave: “a padronização do produto, que envolve a separação dos animais em categorias, resultando em carcaças padronizadas para cortes; a escala de produção, que garante a viabilidade das indústrias frigoríficas; e a regularidade de oferta, um fator essencial para manter a indústria funcionando ao longo do ano e garantindo a prospecção de mercado”, explicou Rossi.
Implementação da proposta
O lançamento oficial do Cordeiro Paraná ocorrerá durante a ExpoLondrina 2025, na próxima segunda-feira (07/04), às 16h30, na Casa do Ovinocultor, localizada no Parque de Exposições Governador Ney Amintas de Barros Braga, em Londrina/PR. Durante o evento, representantes da Ovinopar e do IDR-Paraná apresentarão oficialmente a proposta para autoridades políticas, produtores, técnicos e membros da indústria, destacando as estratégias e os objetivos que norteiam a iniciativa.
A próxima etapa do projeto, conforme detalhado por Rodrigo Rossi, envolverá a formalização de um acordo com o Estado do Paraná, visando firmar uma parceria para o uso de áreas públicas. Essas áreas serão destinadas à instalação da Central de Produção Ovina, que desempenhará papel crucial na estruturação da cadeia produtiva. “Essas áreas não serão doadas, mas cedidas por um período determinado, com o objetivo de viabilizar a transformação e a organização da cadeia produtiva no Paraná”.
Ademais, a proposta requisita o apoio do governo federal para viabilizar a construção da infraestrutura da Central de Produção Ovina, que incluirá instalações para recepção e embarque dos animais, manejo sanitário, engorda e produção de volumoso. Quanto à produção de ração, a estratégia adotada será a parceria com as cooperativas, visto que a Central de Produção Ovina será uma cooperativa de produtores de ovinos paranaenses. “A cooperação entre cooperativas proporciona um incentivo fiscal, tornando a proposta ainda mais viável e sustentável a longo prazo”, pontuou Rossi.
Visão do mercado
De acordo com Rossi, o Cordeiro Paraná possui grande potencial para transformar a ovinocultura paranaense, uma vez que a demanda reprimida por carne ovina no estado é significativa. “Há um mercado consumidor que, devido à falta de oferta, não consome carne ovina, e muitas vezes é suprida com carne importada, como a do Uruguai. Isso abre espaço para o crescimento da produção, incluindo a possibilidade de exportação para outros estados e, futuramente, para mercados internacionais”, afirmou.
No entanto, para que isso aconteça, é fundamental que a produção seja ampliada, com maior escala, padronização dos produtos e regularidade na oferta, além de atender às exigências do mercado. A assistência técnica oferecida pela proposta visa apoiar o produtor em todas as etapas da produção, garantindo que o produto final seja adequado às demandas do mercado.
“O Cordeiro Paraná promete ser um elo robusto entre todos os segmentos da cadeia produtiva – produtores, indústria e consumidores. Com isso, busca-se oferecer uma alternativa rentável e sustentável para os ovinocultores do Paraná, transformando o estado em uma referência nacional na produção de carne ovina de alta qualidade, tanto para o consumo interno quanto para exportação futura”, concluiu Rossi.
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Texto: Natália de Oliveira/Agência Agrovenki
Foto: Divulgação
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